terça-feira, 5 de março de 2013

A Torá e o Cabalismo



É usual associar a cabalismo toda citação hermética, ou numérica da Bíblia. E não é por acaso. O espírito que redigiu a Torá estava consciente dos vários níveis em que deveria ser escrita, para atendimento das buscas de uma variada humanidade.
A literatura denominada cabalista, tem como universo a próprio universo da Torá: é o Éden, são os caminhos de Abrahão, é o Sinai, e são os grandes profetas... Elias(900 AC), Isaías(740 AC) é Ezequiel(585 AC).

O anseio de contemplação, o esforço de ascensão, deu origem a uma literatura que se moldou a partir da visão dos profetas e das visões que se foram sucedendo a partir do momento em que a religião "re-ligava", favorecendo os vôos pessoais, de grande densidade mística.


A Mercabah (o carro), literatura que nasceu da visão de Ezequiel, faz parte da literatura cabalista, assim como Berechit (a criação), que nasceu a partir do Gênesis.
São relatadas nas obras da Mercabah, experiências místicas realizadas em direção ao "Trona Divino". Exercícios contemplativos e rituais de purificação, abstinências, jejum, faziam parte das etapas de desenvolvimento da própria consciência.
Nas práticas, os místicos entoavam salmos para favorecer o êxtase.
Para vencer as dificuldades os devotos interiorizavam no coração e recitavam os "Nomes de Deus". Estes eram sussurrados e também escritos no manto com o qual se cobriam. "Vestir os nomes", ritual que favorecia a incorporação destes próprios nomes, tornando a recitação mais poderosa.
Na mesma época da Mercabah, surgiram outras obras de grande importância para a cabala. Sepher Há-Bahir, Sepher Há-Yeezirah e Sepher Há-Zohar.
O Bahir é o livro da iluminação, umas das obras mais importantes para o desenvolvimento da cabala. Foi guardado por uma sociedade secreta como "os mistérios da carruagem". Veio a público em 1176, em Provença.
Yezirah, conhecido como o livro da criação, reconhecido pela Tradição como de autoria do Patriarca Abrahão. Escrita em hebraico, a obra trata do mistério da criação e das relações entre o Criador e o mundo criado, através de uma estrutura estabelecida por "trinta e dois caminhos", obtidos na relação intrínseca entre as vinte e duas letras do alfabeto hebraico e os dez primeiros algarismos do sistema decimal, isto é, entre vinte e duas letras ideogramas criadores e as dez unidades metafísicas denominadas sephiroth.
Durante a idade média era considerado como um manual de magia, pois o seu entendimento poderia elevar o homem à condição de criador.
Zohar, o livro do esplendor, é uma coleção de escritos diferentes entre si. Apresenta uma série de tratados e relatos, onde o autor instrui seus discípulos sobre o sentido oculto das escrituras (A Torá), Nesta obra o autor, Ben Iohai, prova que a Torá possui um sentido oculto e que tudo nela compreende duas realidades, uma esotérica e outra exotérica.
O Zohar foi escrito em aramaico, e é a mais extensa obra da cabala e a mais importante.
Os místicos hebraicos buscam na iluminação, receber o nome de Deus. Para os cabalistas "Conhecer o Santo Nome de Deus", equivale à chave de entrada para o paraíso.
Como relatei em outro artigo, estes fazem parte da minha busca, são resultados de pesquisas, estudos e práticas diárias.
Não tenho a pretensão de ensinar nada a ninguém, mesmo porque, tenho muito que aprender ainda. Mas espero despertar a curiosidade ou vontade dos amigos, se não de todos, pelo menos de um que seja já está de bom tamanho.
Fonte:Cabala- Glacy Rolim Corrêa; A Cabala Mística-Dion Fortune.

Blog de carmemdevas : ESTAÇÃO DA ARTE, A Torá e o Cabalismo

Namastê!

Carmem de Vasconcellos!!!

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