A Árvore Cabalista é a simbologia da ascensão humana e a passagem ininterrupta que cada filho de Deus pode conscientemente fazer, sustentado pelo Espírito Divino de Kether (a primeira Sephirah-a Esfera do Alto), exercitando-se gradativamente no manejo das forças recebidas, até tornarem-se sábios para usá-las, tornado-se assim um composto das dez Sephiroth trabalhadas, à "semelhança do seu Pai Criador".
Na concepção oculta a Árvore da Vida é a expressão simbólica tanto da criação, quanto da vida. Constitui-se do desdobramento de Deus, na explicitação de sua natureza no processo da criação, mas, também, uma sinalização na caminhada do homem, para a reintegração de si mesmo, na inteireza de seu modelo, no seu encontro interior. No sentido da descida, a Árvore simboliza a extensão de Deus ao mundo criado, mas, no sentido da subida é um programa de vida para o homem.
Desde os tempos mais remotos a árvore foi utilizada como representação de forças sagradas e vitais.
O texto bíblico muito se valeu da árvore. O Gênesis no Jardim do Édem distingue das árvores entre todas as "formosas de ver e boas de comer"; "A Árvore da Vida, no meio do Jardim do Édem, e a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal".
A Árvore é um símbolo cabalista, é como um esquema virtual destinado a evocar uma realidade interna. Tudo que se expressa na árvore na árvore existe, em potencialidade, no ser humano como reflexo cósmico.
A Árvore da Vida (otz-chin) é um esquema, uma síntese, um glifo, uma analogia, é um extraordinário esforço de passar a imagem do macro e do micro, do Ininteligível que expressa o Insondável Cósmico e que nos habita, revelando-se na nossa própria imagem.
Para podermos compreender o significado de qualquer Sephirah particular, devemos antes analisar as linhas gerais da "Otz-Chin", a "Árvore da Vida", como um todo.
A estrutura da Árvore da Vida se foi desenhando pelo próprio processo da emanação. As Sephiroth, ao serem emanadas, foram se organizando em função da "descida da força", uma após a outra, em ziguezague, postando-se como em três colunas.
No esquema da Árvore, temos a opção de dois caminhos. Aquele que chamamos de "O Caminho da Flecha" (da Iluminação, do Místico), que se atém ao pilar central da Árvore, partindo de Malkuth para Kether, e o "Caminho do Ziguezague" (do Ocultismo), onde também são percorridas as Esferas Laterais.
Três níveis de manifestação são representados no alto da Árvore, a partir do nada: Ain (a própria Existência Negativa); Ain Soph, (o Ilimitado); e o Ain Soph Aur, (a Luz Ilimitada).
A potencialidade criadora de Deus, jorra através desses três níveis de graduação.
Toda manifestação foi moldada na luz, por isso o "Fiat Lux", foi a passagem para a Concretude do Real.
Madame Blavatsky extraiu de fontes orientais a expressão "o ponto no círculo", para expressar o primeiro Impulso de manifestação, sendo o Circulo sem circunferência a representação de Deus.
Kether é a primeira Sephirah, é o Ponto Primordial. Kether não representa uma posição no espaço, é um estado, ou uma condição da existência.
A Árvore apresenta um incalculável valor como hieróglifo meditativo, totalmente à parte de sua utilização na Magia, e do ponto de vista iniciático, é o vinculo entre o Microcosmo, que é o homem, e o Macrocosmo, que é Deus manifesto na Natureza.
A ascensão nos trinta e dois caminhos místicos favorece profundas experiências que determinam alterações substanciais na consciência de quem as realiza, com mudanças radicais nos valores da própria vida.
Os vinte e dois caminhos formam um sistema de psicologia mística, e estabelecendo relações entre a alma do universo e a consciência humana, daí a importância advinhatória doa vinte e dois arcanos maiores do Tarô, que são derivados dos vinte e dois caminhos da Árvore da Vida.
O Tarô é um baralho, de origem obscura, anterior ao século XIV, que parece ser um compêndio de ciências Herméticas. Das setenta e oito lâminas, os vinte e dois arcanos maiores, guardam relações com os vinte e dois caminhos da Árvore da Vida e os arcanos menores, em número de cinqüenta e seis lâminas, com naipes de quatorze lâminas cada um, relaciona-se com as 10 Esferas ou Sephiroth.
Os Caminhos da Árvore da Vida
Os caminhos são a representação da dinâmica da criação. São 32 caminhos, constituídos pelas 10 Sephiroth e pelas 22 ligações entre elas.
Um caminho representa o equilíbrio entre as duas Sephiroth que une.
Os signos do Zodíaco, as vinte e duas letras do alfabeto hebraico, os planetas e os elementos estão diretamente ligados aos caminhos d árvore.
A Árvore da Vida, a Astrologia e o Tarô são três aspectos de um mesmo sistema místico.
Todos os sistemas de adivinhações e todos os sistemas de Magia Prática fundamentam seus princípios e sua filosofia na Árvore da Vida.
Para entender uma Sephirah, temos de situá-la no contexto da Árvore, analisando-a no conjunto das Sephiroth. Uma Sephirah isolada carece de sentido, precisamos pra entendê-la, de todos os indicadores que a Árvore nos proporciona, no seu conjunto. O pilar, a posição na descida da força, os mundos da manifestação e a resultante do processo de interação, de cada uma no todo.
Os planetas são sempre referidos como regentes ou chacras cósmicos das Sephiroth, isto os qualifica como a expressão material das Sephiroth.
Em meditação, as Sephiroth são vistas com coloração relativa ao mundo que estão sendo visualizados, em decorrência da energia que atua.
Meu conselho para quem quer se aprofundar no assunto é ler livros sobre Cabala, procurar sites cabalistas, com métodos de meditação baseados nos "Nomes de Deus". Enfim, reunir todo material necessário para aprender e desenvolver a arte do ocultismo místico.
Espero ter despertado no coração de cada um, o desejo de saber mais....de buscar novas ferramentas para sua evolução.
Fontes: A Cabala Mística- Dion Fortune - Ed. Pensamento.Cabala- Glacy Rolin Corrêa - FEEU.
Kabalah - Hellyette Malta Rossi - FEEU.
Namastê!
Carmem de Vasconcellos!!!
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